sexta-feira, 14 de outubro de 2011

O POVO NEGRO EXIGE, REPARAÇÃO

  Ao contrario do que se pensa a respeito da formação econômica da nossa região, e da sua mão-de - obra, foram os escravos e escravas os primeiros trabalhadores da lavoura cacaueira, E não os trabalhadores livres (imigrantes).Participaram ativamente na construção da riqueza regional, tornando as cidades de Ilhéus, Itabuna, as maiores exportadoras de cacau do mundo, em centro turístico e comercial, contribuindo significativamente  para o crescimento econômico do Estado, sendo a maior contribuição de ICMS da Bahia Após a abolição, jogado a própria sorte, sem direitos trabalhistas e sociais, esses trabalhadores passaram a ser os primeiros excluídos e marginalizados da nossa região.
  O escravismo e as relações sociais capitalistas deixaram um legado histórico perverso e excludente para o povo negro, na região sul. Não podemos repetir o modelo de crescimento que aumente o abismo social para os povos negros, índios e brancos pobres. Não aceitamos o retorno da monocultura exportadora, latifundiária a serviço da burguesia agrária e do agro negocio, com a prática do cultivo do eucalipto. A monocultura do eucalipto gera apenas um emprego a cada 185 hectares, enquanto a agricultura familiar gera cerca de cinco por hectares.
 A III Conferencia Mundial Contra o Racismo, realizada em Durban, (Africa do sul), enquadrou o tráfico transatlântico como crime contra a humanidade, No Brasil, "ultimo país a erradicar a escravidão, a ideologia racista decorrente daquele crime produz até hoje níveis de desigualdades tamanhos que somente um projeto de reestruturação completa da sociedade brasileira poderá diminuir a distancia entre negros e brancos, dando condições de igualdades e oportunidades para ambos,
 A realidade do povo negro é cruel: não temos acesso ao ensino superior; mais de 10 milhões de mulheres negras já foram esterilizadas; somos a maioria dos desempregados . Como se não bastasse, a violência policial mata jovens negros em todo país eo sistema judiciário, associado ao poder econômico, vem confinando negros aos carceres, ou melhor, aos campos de concentração Brasileiro.
  Isso prova que o poder público Estadual, Municipal, tem uma dívida social e histórica com as populações negras e indígenas e é nesse contexto que se insere o debate sobre a urgência de politicas públicas de ação afirmativa. Reparar significa assumir formas mais radicais de combate ao racismo brasileiro,. É exigir mais verbas para a área social, programas de ação na área da saúde, contemplando a diversidade étnica Queremos uma escola pública de qualidade com metodologia vinculada á pluralidade racial, valorização e qualificação rumo a igualdade de oportunidades no mercado de trabalho. Em parceria com o Governo Federal empenhar-se na colaboração das demarcações de terras indígenas e na titularização das terras remanescentes de quilombos. A concretização do artigo .6º da constituição Federal que garante os direitos sociais a todos os povos.           

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